domingo, 30 de novembro de 2014

Advento: Início do Ano Cristão

Advento: Início do Ano Cristão
1º Domingo do Advento
Ano B - Vigilância
Rev. Edson Cortasio Sardinha – edsoncortasio@hotmail,com


Com alegria estamos reiniciando o Ano Cristão. O Lecionário Comum tem o Evangelho de Marcos como parâmetro. Chama-se Ano B.
Com o Advento iniciamos a História do Senhor Jesus. Nas liturgias dominicais caminhamos no mistério da nossa Salvação.
O Ano Cristão tem dois ciclos: Natal e Páscoa; e também dois Tempos Comuns. É uma caminhada de fé onde nos aprofundamos em Cristo. Ele é a meta da nossa vida e nossa única motivação para o cumprimento da missão de fazer discípulos e discípulas em todo o mundo.
O Advento tem dois momentos: O anuncio da Volta de Jesus (os dois primeiros domingos) e a Celebração do Mistério de seu nascimento (os dois últimos domingos).

I. A Origem da Celebração do Advento
            As primeiras orações de preparação para o Natal aparecem no século V, quando Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor.
É também do final desse século, na Espanha, a “Quaresma de São Martinho”, que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
            Gregório Magno (590-604) foi o primeiro a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover os cultos próprios para os domingos desse tempo litúrgico.
            No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa  Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
            O objetivo da igreja era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos.
            Atualmente o Advento é celebrado em dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das quatro semanas. Não podemos celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.
II. Advento nas Igrejas Orientais
            Nos diversos ritos orientais, o Advento formou-se com uma característica acentuadamente ascética.
            Na liturgia bizantina destaca-se, no domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas, desde Adão até José, esposo de Maria.
            No rito siríaco, as semanas que precedem o Natal chamam-se “semanas das anunciações”. Elas evocam o anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o nascimento de João Batista e o anúncio a José.

V. Advento nas Igrejas Ocidentais
            É na liturgia romana que o Advento toma um sentido um pouco diferente. Segue um método pedagógico muito vivo.
            No primeiro domingo aparece as leituras de Jesus, cheio de glória e esplendor, poder e majestade, rodeado de seus Anjos, para julgar os vivos e os mortos e proclamar o seu Reino eterno, após os acontecimentos que antecederão esse triunfo.“
            No segundo domingo a Igreja convida ao arrependimento e à conversão e nos coloca diante da grandiosa figura de João Batista, cuja mensagem ajuda a ressaltar o caráter penitencial do Advento.
            Com a alegria de quem se sente perdoado, o terceiro domingo se inicia com a seguinte proclamação: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto”. É o domingo Gaudete (da alegria).
            No quarto domingo, anuncia a chegada do verdadeiro Sol de Justiça, para iluminar todos os homens. Vemos o Testemunho de Maria e José em receber o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

Conclusão:

            A solenidade do Advento precisa ser vivida em cada família de forma muito especial. Na Igreja celebraremos com as leituras, cânticos e orações. Aproveite para fazer um retiro de Oração e preparação para a Vinda do Senhor e o Mistério do Natal.  Feliz Advento!

Festa de Cristo, Rei do Universo



Festa de Cristo, Rei do Universo
23 de novembro de 2014
Rev. Edson Cortasio Sardinha – edsoncortasio@hotmail.com

            Este é o último domingo do Ano Litúrgico. Estamos encerrando o Ano Cristão no próximo sábado, dia 29 de novembro, ao por do sol.
            Com o Advento iniciaremos o Ano Cristão B onde as leituras do Evangelho serão dirigidas pelo Evangelista Marcos.
            Contamos toda a história de Cristo a partir de São Mateus: Advento, Natal, Epifania, Batismo do Senhor, Tempo Comum (1), Quaresma, Semana Santa, Páscoa, Ascensão, Pentecostes e Tempo Comum (2).
            Nossos domingos foram cristocêntricos e terminam hoje. Estamos encerrando a História da Salvação proclamando Cristo Rei do Universo.
            Esta celebração tem um contexto próprio. Diante de tantos movimentos políticos e sociais, o cristianismo pregou que o verdadeiro Rei é o Senhor Jesus.
            "Cristo Rei foi uma das últimas celebrações instituída pelo Papa Pio XI, na época em que o mundo passava pelo pós-guerra de 1917, marcado pelo fascismo na Itália, pelo nazismo na Alemanha, pelo comunismo na Rússia, pelo marxismo-ateu, pela crise econômica, pelos governos ditatoriais que solapavam toda a Europa, pela perseguição religiosa, pelo liberalismo e outros que levavam o mundo e o povo a afastar-se de Deus, da religião e da fé, culminando com a 2ª Guerra Mundial". Depois esta festa entrou no Lecionário Comum e todas as igrejas cristãs.
            A festa foi instituída para que todas as coisas culminassem na plenitude em Cristo Senhor, simbolizado no que diz o Apocalipse: ”Eu sou o Alfa e o Ômega, Principio e Fim de todas as coisas.” (Ap1, 8).
            Esta festa celebra o reinado de Cristo, o Reino de Deus e nossa participação neste reino. O fim da história não é o sofrimento nem as desigualdades. O fim da História é Jesus Cristo, nosso Senhor, o Rei dos Reis.
            Não cremos em milagres políticos, cremos no Senhor Jesus, nosso Rei.
            Sabemos que o Senhor voltará como Rei para julgar o universo. Ele é o Rei do Universo, o Rei dos reis.
            Mas Ele tem reinado em nossa vida? Quais são as áreas onde Cristo Rei não tem reinado?   Ele é rei dos meus olhos? É o rei da minha vida financeira? É o rei da minha família?
            Não basta dizer que Ele é o Rei, o importante é saber se eu tenho o deixado reinar em todas as áreas de minha vida.
            Infelizmente existe muita superficialidade no meio da igreja. Muitos vivem uma vida de pura aparência. Alguns dizem: “Ele é o Rei da minha vida”, mas não são fiéis aos dízimos e ainda pregam contra a fidelidade ao Senhor. Muitos cantam: “Rei Jesus”, mas não buscam Sua vontade na hora de tomar uma decisão.
            Ele precisa ser Rei também diante dos nossos relacionamentos, principalmente com o pobre e necessitado.
            Escuto o Senhor novamente falando: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15.8).
            Que neste dia de Jesus, Rei dos reis, possamos avaliar até que ponto Ele tem reinado em nossa vida e nos submetamos totalmente ao seu reinado.
            Um dia Ele voltará como rei e julgará todas as coisas.
            O Evangelho de hoje é Mateus 25.31-46. O texto diz que o Filho do Homem virá em sua glória, acompanhado de todos os anjos, se assentará em seu trono glorioso e todas as nações da terra serão reunidas diante dele, “e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos”.
            Servimos a Deus na pessoa do pobre. Servimos a Deus quando agimos em nome de Cristo com fidelidade e amor.

            Que Jesus seja realmente Rei de nossas vidas.