sábado, 28 de dezembro de 2013

Liturgia do Dia da Sagrada Família

A Espiritualidade da Fuga
Rev. Edson Cortasio Sardinha


                Na cidade catalã de Barcelona (Espanha) encontra-se o magnífico Templo Expiatório da Sagrada Família, também conhecido simplesmente como Sagrada Família.
            É uma igreja católica desenhada pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, e considerado por muitos críticos como a sua obra-prima e expoente da arquitetura modernista catalã.
            O  projeto foi iniciado em 1882 e assumido por Gaudí em 1883, quando tinha 31 anos de idade, dedicando-lhe os seus últimos 40 anos de vida, os últimos quinze de forma exclusiva. A construção teve financiamento privado. Estima-se que a conclusão deverá ser um pouco para antes de 2026, centenário da morte de Gaudí.
            O nome do Templo Sagrada família fala da devoção surgida na Igreja católica no XVII, quando os cristãos começaram a prestar atenção ao fato de que Jesus, o Filho de Deus, desceu do céu e se fez homem dentro de uma família. Ele nasceu numa família comum. Seus pais eram pessoas comuns, simples, trabalhadores, como tantas famílias espalhadas pelo mundo. Maria, uma dona de casa, José um carpinteiro e Jesus, um filho exemplar e obediente. Uma família feliz e simples.
             A festa da Sagrada Família foi instituída pelo papa Leão XIII, em 1883. Depois disso, foi estendida pelo papa Bento XV a toda a Igreja. Começaram a vender imagens da sagrada família e crer no poder mágico das esculturas.
            O primeiro domingo após o Natal meditamos no Evangelho que fala da família de Jesus. Deus desejou ter uma família e escolheu José e Maria como pais terrenos.
            Como família simples, humildade e religiosa, teve vários problemas e dificuldades, principalmente com relação a perseguição de Herodes e a fuga para o Egito.
            O Evangelho do deste domingo - Ano A - é Mateus 2.13-15, 19-23. Conta a história desta fuga para salvar a vida do menino Jesus. Este evangelho nos faz muitas provocações.
Somos condicionados a não fugir. A fuga parece não fazer parte do cristão vencedor. Um líder de verdade nunca foge. São falas longe da realidade.
            Na dimensão da fé e da espiritualidade a fuga é importante para o nosso crescimento. As perguntas precisam ser: Fugir por quê? Fugir para onde? O que construir na fuga? Quem está me motivando a fugir?
            A Bíblia diz que “um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. e lá ficou até a morte de Herodes...”. (Mt 2.13-15).
Essas palavras parecem contraditórias diante de nossos vícios pelo sucesso e prosperidade. Parece um anjo fraco! Como isso pode acontecer? Um poderoso anjo; ao invés de matar Herodes; manda José fugir?
            Estas aparentes contradições aparecem com frequência em nossa caminhada cristã. Existem tempos que não temos respostas de Deus. Até parece que o mal está prevalecendo. Herodes continua firme e forte. Continua perseguindo e prevalecendo. Continua sendo o opressor. Nesses tempos a resposta de Deus tem sido: Espere um pouco mais! Outras vezes a resposta é: Olhe a vitória que eu vou te dar! Golias irá morrer! Mas tem vezes que Deus diz: Sebo nas canelas! É momento de fugir para o Egito!
            A fuga ocorre de noite. É uma fuga "escondida". É uma fuga para livramento da própria vida. Fico imaginando a cena: Noite fria; muito escuro. Maria com o bebe no colo. Uma longa estrada pela frente. Muitos ladrões na estrada.
            Deus é poderoso para livrar José e Maria dos ladrões, mas com relação a Herodes o anjo diz: Foge! Isso é fraqueza de Deus? Tem momentos que Deus protege. Tem momentos que Deus te levanta para lutar. Tem momentos que Deus abate os inimigos, mas tem momentos que nada acontece. Só ouvimos uma palavra: Foge!
            Não era momento para enfrentar Herodes. Deus iria enfrentá-lo um dia. O momento era para fugir. Existem muitos Herodes que perseguem o nascimento de Jesus em nosso coração. Existem muitos poderosos Herodes que tenta encardir a fé e descosturar a aliança de Jesus em nosso coração.        Tenho muitas experiências nesta área. As várias vezes que fui vencido, foi porque não fugi como deveria ter feito. Fiquei esperando um anjo do céu e fui abatido. O anjo não veio. Não era para vir. O projeto de Deus era: Foge!
            Quando Deus manda o homem fugir, não espere livramento de outro jeito. Não espere milagres maravilhosos. A orientação é clara: Foge.
José e Maria fugiram para o Egito. Mateus diz que isso ocorreu para que as Escrituras fossem cumpridas. Apesar dessa explicação, é estranho teologicamente ver o Messias fazer o caminho de volta ao Egito. Na liturgia judaica, Egito é lugar de opressão. Deus nos tirou de lá. Lá éramos escravos, oprimidos, massacrados. O Egito é outra contradição. É o local inesperado. È a via mais imprevisível que poderia ocorrer. Egito é que nunca esperaríamos acolhimento. O povo do messias saiu de lá e agora o Messias busca de lá a segurança e o esconderijo. Egito significa lugar inesperado. O ultimo lugar do mundo para nos acolher.
            É isso que Deus está nos falando. Tem momentos onde somos acolhidos e restaurados por Deus por pessoas que nunca imaginávamos. Lembro-me de uma freira que passou mal num curso de liturgia. Estavam presentes diversos padres, freis e freiras e um pastor protestante. Ela buscou auxílio no pastor que a levou para o hospital e depois para o seu convento. Esse pastor foi um “Egito”, a pessoa inesperada, o bom samaritano.
            São em momentos de fuga que Deus realiza os milagres de acolhimento no Egito. José teve um grande milagre. O milagre de ser orientado a não esperar milagres. O milagre de ser agente do próprio milagre e o milagre de obedecer, mesmo não vendo milagres.
            Tem momentos que a espiritualidade nos leva a fugir. Tem Herodes que não se resiste cara a cara. A orientação de Deus é: Foge!  Muitas vezes esses Herodes estão muito perto de nós. Precisamos aprender a fugir para o silêncio, a oração e o deserto.
            Henri J.M.Nouwen relata a história do abade Macário, um dos padres do deserto:
            “Certa vez, depois de dar a bênção aos irmãos na igreja de Scete, o abade Macário lhes disse: Fujam, irmãos. Um dos anciões lhe respondeu: Como podemos fugir além deste ponto, já que estamos no deserto? Então Macário pôs o dedo na boca e falou: Fujam disto. Assim dizendo, entrou em sua cela e fechou a porta”.
            Fugir da própria ansiedade de falar e buscar respostas quando não há. Confiar também é fugir e ficar em silêncio.
            Que neste novo ano possamos fugir para os braços do Senhor e viver a fidelidade de ser servo. Fidelidade nas orações, na caridade, no testemunho, no dízimo e nas ofertas. Assim como Deus providenciou tudo para a família de Jesus, assim também providenciará todas as bênçãos e suprimentos para o caminho.
Feliz Ano Novo!


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal do Senhor nas Casas


                                                     
Liturgia para o Culto nas Casas
24 de dezembro de 2013



Oração inicial:
            "Deus Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse neste tempo de uma Virgem; concede que nós, renascidos e feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém".

Leitura Bíblica: Leia o Evangelho de Lucas 2.1-14

Narrador I: O Natal é um retorno a Belém. No Natal ouvimos as vozes dos anjos falando das boas novas de grande alegria que será para todos os povos. O Natal seguimos a Estrela até Belém. No Natal voltamos a ver Jesus em sua simplicidade nascendo de Maria e sendo colocado em uma manjedoura. Natal é a concretização da esperança dos profetas. É o início da nossa redenção. O Evangelho de Lucas nos leva a Belém e permite que meditemos na obra salvadora do Senhor Jesus.

Todos: Vem Senhor, neste Natal, trazer a tua Salvação!

ADOREMOS AO SENHOR


1 -  Oh! vinde, fiéis, triunfante, alegres,
Sim, vinde a Belém já movidos de amor; Nasceu vosso Rei, lá do Céu prometido, Oh! vinde, adoremos a nosso Senhor!
2 -  Olhai, admirados, a sua humildade,
Os anjos o louvam com grande fervor, Pois velo conosco habitar encarnado; Oh! vinde, adoremos a nosso Senhor.

3 - Por nós, das alturas celestes baixando, Em forma de servo se fez, por amor, E em glórias a vida nos dá, sempiterna. Oh! vinde, adoremos a nosso Senhor.

4 - Nos Céus adorai-o, vós, anjos em coro, E todos na terra lhe rendam louvor; A Deus honra e glória contentes rendamos; Oh! vinde, adoremos a nosso Senhor.

Narrador II: Indo a Belém: Não estava nos projetos de José e Maria deixar Nazaré e ir a Belém. Foi um compromisso imposto pelo governo num momento muito difícil, pois Maria estava grávida de Jesus. 
            Foi uma decisão de César Augusto (1) "convocando toda a população do império para recensear-se". O problema é que (3) "todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade". Por isso José (4) "subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi".
            Não foi uma decisão de Deus. Foi uma decisão do homem visando interesses humanos e injustos. Mas Deus usou esta situação difícil e angustiante para realizar sua santa vontade. As profecias diziam que Jesus deveria nascer em Belém (Mq 5.2).
            Talvez neste final do ano você esteja avaliando sua vida assim: "Tudo deu errado e a vontade do homem prevaleceu sobre a vontade de Deus!" Mas se você confiar no Senhor e descansar, Ele, um dia, ou mesmo na eternidade, te mostrará que tudo na vida tem um propósito para aqueles que amam o Senhor e que são chamados segundo sua vontade (Rm 8.28).        Natal significa que a Vontade de Deus prevaleceu.
            Você tem descansado no Senhor ou tem vivido muito preocupado?

Todos: Vem Senhor neste Natal fazer a Tua Vontade prevalecer em nossa vida!

Narrador III: O Nascimento do Senhor: Quando José e Maria chegam em Belém Jesus nasce. Maria deu a luz a seu filho primogênito (primogênito significa primeiro, pois ela teve outros filhos com José. Leia  Mateus 12:46, 13:55, 56, Lucas 8:19, Marcos 3:31, João 7:1-10 e   Atos 1:14).
            Maria (7) "enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria".
            Ele foi deitado numa manjedoura (coxo para os animais se alimentar), pois não havia lugar para Ele na hospedaria.
            Em Lv 25.35 e Ex 22.21, o Senhor ordena o cuidado e a fraternidade com o peregrino e estrangeiro. Mas o povo não cumpria a lei e Jesus teve que nascer num quarto de uma casa pobre onde os animais eram guardados, ou numa gruta onde os animais dormiam a noite.
            Hoje Jesus deseja nascer no coração das pessoas. O natal do mundo tem lugar para muitos pecados e tradições, mas poucos se preocupam em adorar o Senhor e aceitá-lo como Senhor e Salvador.
            Quando Jesus nasceu em seu coração?

NO HUMILDE PRESÉPIO
1 -  No humilde presépio, sem ter nada seu, Jesus, pobrezinho, sem teto nasceu.
Os céus, estrelados, fulgentes de luz, Visitam o meigo e divino Jesus.

2 - Desejo a teu lado viver, meu Senhor, / Amar-te e servir-te, Jesus, Salvador.
A teus pequeninos vem sempre guardar / Fazendo-nos todos contigo morar.

Narrador IV: O Anúncio aos Pastores: Jesus nasceu. As profecias foram cumpridas. A esperança dos profetas foram concretizadas. Ele nasceu para salvar homens e mulheres.
            Mas este santo anuncio foi feito aos pobres e rejeitados pastores de Belém. Deus prioriza o pobre e excluído na noite de Natal.
            O texto diz que (8) "Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite".
            Foi neste cenário que a (9) "a glória do Senhor brilhou".
            Como ficaram possuídos de medo o anjo lhe disse: (10) "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: (11)   é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor".
            A boa notícia era de alegria e para todo o povo sem excluir pobres e ricos.
            O anjo usa três palavras para falar de Jesus como boas-novas (boas notícias): Ele é Salvador, é o Cristo e é o Senhor.
            O Sinal foi a criança deitada numa manjedoura. Muitas crianças nasceram naquela noite, mas apenas uma foi colocada em uma manjedoura.
            Mas porque uma manjedoura?
            Porque era um elemento de identificação com os pastores (12). Os pastores tinham manjedouras nos campos também. Deus usa um simples objeto para identificar ao mundo a vontade de salvar e incluir os rejeitados.
            Os pastores talvez se perguntaram: Porque nós fomos escolhidos para receber esta maravilhosa notícia?
            Uma multidão da milícia celestial, com o anjo mensageiro, dão a resposta aos pastores louvando a Deus e dizendo (14): "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem". 
A paz é entre os homens a quem Deus quer bem. Ou seja, os pastores que eram rejeitados pelos homens, foram escolhidos por Deus (Mt 22.14). Tivemos a graça de receber o Evangelho e crer naquele que o Senhor enviou. O Natal é mais um sinal de Deus que nossa salvação é a prioridade.
                Você se sente amado por Deus?

Todos: Senhor! Nos alegramos em teu nascimento. Salva-nos Senhor!

Noite de Paz
1 -  Noite de paz! Noite de amor! / Tudo dorme em derredor.
Entre os astros que espargem a luz, / Proclamando o Menino Jesus,
Brilha a estrela da paz!

2 -  Noite de paz! Noite de amor! / Nas campinas ao pastor,
Lindos anjos, mandados por Deus, / Anunciam a nova dos céus:
Nasce o bom Salvador.

3 -  Noite de paz! Noite de amor! / Oh! Que belo resplendor
Ilumina o Menino Jesus! / No presépio do mundo eis a luz,
Sol de eterno fulgor!

Todos:   Hoje o Evangelho de Natal nos ensinou muitas coisas maravilhosas. Assim como José e Maria, precisamos confiar e descansar no Senhor. A sua vontade sempre irá prevalecer. Belém não foi uma circunstância provocada pelo homem, mas uma santa providência de Deus para cumprir sua Palavra.

Narrador V: Precisamos deixar Jesus nascer em nossa vida. Nossa Natal não pode ser cercado apenas de tradições e luzes. Precisa ser um lugar de adoração ao Senhor Jesus.

Narrador VI: Deus nos ajudou e nos salvou. Hoje temos a paz de Deus. Podemos cantar com os anjos: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens a quem ele quer bem!".

Narrador VII:    Realmente tivemos a graça de receber o Evangelho e crer no Senhor que nasceu no Natal.
               
Todos: Senhor! Desejamos um Feliz Natal para nossa família, para o Brasil e para o mundo. Jesus é a alegria do nosso Natal!

Oração final: Agradecimento pelo Natal do Senhor.

Oração do Pai Nosso.

Todos: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens a quem Ele quer bem.

Saudação de Feliz Natal.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

4º Domingo do Advento
O Natal está chegando
Rev. Edson Cortasio Sardinha



                O Natal está à porta. Dentro de algumas horas vamos ouvir a Boa Nova trazida pelo anjo do Senhor: “anuncio-vos uma grande alegria que será para todo o povo – nasceu o Salvador” (Lc 2,10).
            Começa hoje os momentos finais da preparação para a festa.
            As luzes do seu coração estão funcionando?
            Como está a alegria, paz e justiça?
            Já preparou a mesa da fraternidade?
            Tem os guardanapos para limpar a boca de toda maledicência e murmuração?
            Já deu uma boa faxina em seu coração?
            Já comprou o presente para o Senhor Jesus?
            O que você dará a Ele?
            Estas perguntas nos preparam para a celebração espiritual do Natal.

            As leituras do 4º Domingo do Advento (Ano A) nos ajuda a celebrar esta data.
            Na primeira Leitura Isaías (7.10-14) fala da profecia da Virgem que conceberá e dará à luz um filho. Maria não apareceu de surpresa. Deus já havia escolhido a menina Maria para ser a mãe do Salvador. O SIM de Maria não foi de improviso. Foi um SIM preparado pela Graça de Deus.
            O Salmo Responsorial 24 celebra o Messias cujo nascimento vamos comemorar. Para celebrar o Natal precisamos ter um coração puro e mãos inocentes. Isso só é possível pela graça do Senhor.
            A Segunda Leitura, em  Romanos 1.1-7, Paulo, ao apresentar Jesus Cristo e a sua obra, sintetiza o plano salvador de Deus. Afirma que Jesus, Filho de Deus, tinha sido “prometido pelos profetas nas sagradas Escrituras”.
            Leitura do Evangelho: Mt 1. 23. Fala do nascimento de Jesus principalmente sobre a figura de José que corajosamente aceitou as palavras do anjo e acolheu Maria como sua esposa e Jesus como seu filho.

            José foi um homem bom e fiel. Um servo dedicado a criação de Jesus. Tudo indica que José morreu antes de Jesus dá início ao seu ministério.
            O José pobre tem a honra, o desafio e a grande missão de ser o “pai” do Salvado do Mundo. Acolhe, com carinho, a Vontade de Deus e recebe Maria como sua mulher.
            O quarto domingo do Advento nos conduz a seriedade de José que escuta a voz do anjo, recebe Maria e se prepara para a caminhada de ser um auxiliador fiel nos primeiros anos de vida do Salvador que é Eterno.
            Que neste Natal possamos refletir sobre o amor de Deus e compartilhar esta graça para as pessoas que necessitam do Evangelho Integral.

            Feliz Natal!



domingo, 15 de dezembro de 2013

III Domingo do Advento

Domingo Gaudete
Terceiro Domingo do Advento
Rev. Edson Cortasio Sardinha
           


            O terceiro Domingo do Advento é chamado de “Domenica Gaudete”, (domingo da alegria) porque a primeira palavra da antífona nas antigas celebrações deste domingo dizia: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos” (Fp 4.4). Do Latim: "Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete!"
            O Natal está bem próximo. Já sentimos a alegria da chegada da grande celebração da nossa fé. É a alegria pelo Cristo que virá.
            A leitura deste terceiro domingo do Advento, Ano A (Mateus) nos leva a alegria do encontro com o Senhor.
            O profeta Isaías 35. 1-6a.10 inicia dizendo que “o deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso”.
            É a alegria do Senhor que fortalece o nosso coração. Somos fortalecidos pela esperança que o Senhor voltará. Na segunda leitura Tiago 5, 7-10 nos convida a fortalecer o coração, porque a vinda do Senhor está próxima.
            O Evangelho de Mateus Mt 11, 2-11 revela a dúvida de João (“És tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?”). Jesus se revela como o messias que cura, liberta e evangeliza os pobres. Cremos que João se alegrou na certeza de que Jesus é o verdadeiro Messias que veio ao mundo para nos Salvar.
            Francisco de Assis orientava que o cristão pode estar em contrição e jejum em secreto, mas na presença dos irmãos precisa estar alegre e feliz.
            Certa vez escreveu: “Um servo de Deus não deve mostrar-se triste ou turbulento, mas sempre sereno. Resolve teus problemas em teu quarto e na presença de Deus, chora e geme. Quando voltares para junto dos irmãos, deixa de lado o aborrecimento e trata de te conformares com os outros”.
            A nossa alegria não é desse mundo. O mundo não mais nos alegra. Nossa alegria está no Senhor e ela nos fortalece. Neemias diz que a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
            Deus coloca mais alegria no coração dos seus servos do que os ímpios com toda prosperidade (Sl 4.7).
            Na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl 16.11). Esta alegria é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).
            Jesus tinha esta unção especial do Espírito Santo. Ele foi ungido com o óleo da alegria (Hb 1.9).
            A alegria de Deus nos dá forças para qualquer situação, inclusive para o verdadeiro cristão, é motivo de alegria passar por várias provações (Tg 1.2).
            O verdadeiro discípulo/a do Senhor é alegre.
            A Alegria é uma das principais características da pessoa que um dia teve encontro com o Cristo de Belém.
            Assim reagiram os pastores de Belém depois de encontrarem com o menino Jesus: “Voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. Lucas 2:20.
            Por isso “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos” (Fp 4.4).

            "Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete!"

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

II Domingo do Advento: Tempo de Conversão.
Rev. Edson Cortasio Sardinha


                        Advento é uma caminhada de Retiro Espiritual para nos preparar para o Natal e para a Segunda Vinda de Cristo. É um Tempo profético que fala do discipulado e da transformação que necessitamos passar diariamente. O tema continua atual: I Domingo: Vigilância, e II Domingo: Conversão.

I. O Tema do II Domingo   
            No II Domingo do Advento a nota predominante é a Conversão pregada por João Batista.
            Somos convidados a refletir sobre vinda do Senhor. Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.
            João Batista convida a conversão para encontrar com o Senhor que viria pregando o Reino de Deus. Este convite é para a nossa preparação para a segunda Vinda de Cristo e também para uma perfeita conversão para vivermos o tempo do Natal.
            Advento é um caminho de espiritualidade cercada pela conversão, arrependimento e preparação.

II. A Mensagem de João aos crentes
            Muitas pessoas procuram João Batista confessando seus pecados. (Mt 3,6). Mas entre tanta gente, João Batista põe o olhar em alguns em particular, os fariseus e saduceus, tão necessitados de conversão como obstinados em negar tal necessidade.
            A eles se dirigem as palavras do Batista: «Produzi frutos de arrependimento» (Mt 3,8).
            Tendo já começado o tempo de Advento, tempo de gozosa espera, “encontramo-nos com a exortação de João, que nos faz compreender que esta espera não se identifica com o “quietismo”, nem se arrisca a pensar que já estamos salvos por ser cristãos. Esta espera é a busca dinâmica da misericórdia de Deus, é conversão de coração, é busca da presença do Senhor que veio, vem e virá” (Walter Hugo PERELLÓ).
            Aproveitemos para renovar nossa opção pelo Senhor Jesus. Assim como o Senhor, através de João, convida os religiosos a conversão e ao arrependimento, somos, como crentes, convidados a refletir sobre nossa própria conversão e buscar a graça do Senhor para viver segundo o projeto de Deus.

III. As Leituras do II Domingo do Advento
            As leituras deste II Domingo do Advento, (Ano A – São Mateus), seguem o convite ao conserto com Deus:
            Is 11, 1-10 é um alerta. Jesus virá e «Julgará com justiça». Sua justiça não isenta o povo de Deus.
            Rm 15, 4-9 fala do Cristo salva todos os homens. Por isso todos precisam ouvir a pregação do arrependimento e conversão.
            Mt 3, 1-12 é a mensagem de João: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus».

Conclusão:
            Que consigamos fugir do barulho do comércio e das luzes das festas e entremos em nosso quarto em secreto e conversemos com Deus nos colocando para viver a verdadeira prioridade do Senhor que Virá.

            Viver como convertidos e trabalhando para ganhar almas para Jesus através da pregação do arrependimento e conversão.  Esta é a mensagem do II Domingo do Advento.
Como comemorar o Advento?
Rev. Edson Cortasio Sardinha



            A palavra Advento (do latim adventus) significa vinda, chegada, início.
            O Advento começa com as vésperas do quarto domingo antes do Natal e termina antes das vésperas do Natal. É o primeiro período do ano cristão. Os domingos deste tempo se chamam 1º, 2º, 3º, e 4º do Advento.
            Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a) sua vinda ao fim dos tempos, b) sua vinda agora, cada dia, e b) sua vinda há dois mil anos.
            No segundo período, que abarca desde 17 até 24 de dezembro, inclusive, se orienta mais diretamente à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os Evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o nascimento de Jesus.
            Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo vamos nos preparando para a vinda do Senhor.

Semanas do Advento
            A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos.     A liturgia nos convida a estar em alerta, mantendo uma especial atitude de conversão. Is 2, 1-5 - O Senhor chama todos os povos à paz eterna do reino de Deus. II Rm 13, 11-14 - Está perto a salvação. Mt 24, 37-44 - Vigiai, para que estejais preparados.
            A segunda semana nos convida, por meio de João Batista a “preparar os caminhos do Senhor”; isso é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. Is 11, 1-10 - «Julgará com justiça». Rm 15, 4-9 - Cristo salva todos os homens. Mt 3, 1-12 - «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus».
            A terceira semana preanuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor. Is 35, 1-6a.10 - «Deus vem salvar-nos». Tg 5, 7-10 - «Fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima». Mt 11, 2-11 - «És tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?»
            A quarta semana nos fala do Advento do Filho de Deus ao mundo. Is 7, 10-14 - «A virgem conceberá». Rm 1, 1-7 - Jesus Cristo, nascido da descendência de David, segundo a carne. Mt 1, 18-24 - Jesus nascerá de Maria, noiva de José, filho de Davi.

Cor do Advento
            A cor dos paramentos do altar é o roxo, igual à da Quaresma, que simboliza austeridade e arrependimento.

O Tema do 1º Domingo do Advento
            Neste primeiro domingo o tema é a vigilância na espera da vinda do Senhor.
            Durante esta primeira semana as leituras bíblicas e a pregação são um convite com as palavras do Evangelho: “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”.
            Nesta semana, acenderemos a primeira vela da Coroa do Advento como sinal de vigilância e desejo de conversão.
            Viva intensamente em Oração este período de Oração e espera pelo Natal do Senhor e por sua segunda Vinda.

            Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.