Um Blog da OESI - sobre a Liturgia de diversas igrejas cristãs. Fonte de riqueza, beleza e espiritualidade. Somos uma organização de estudos teológicos do monasticismo e do cristianismo clássico.
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
sábado, 28 de dezembro de 2019
sábado, 21 de dezembro de 2019
A Natividade do Senhor nas pregações dos Pais da Igreja
A Natividade do Senhor nas pregações dos Pais da Igreja
A Natividade do Senhor
nas pregações dos Pais da Igreja
Inácio de Antioquia (35-107)
“Os mistérios clamorosos se realizaram no silêncio de Deus: a virgindade de Maria, o seu parto e a morte do Senhor”.
“No firmamento brilhou uma estrela maior do que todas as outras! A sua luz era indescritível. A sua novidade causou estranheza. Mas todos os demais astros, incluindo o Sol e a Lua, fizeram coro à Estrela. Esta, porém, ia arremessando a sua luz por sobre todos os demais. Houve, por isso, agitação. Donde lhes viria tão estranha novidade? Desde então, desfez-se toda a magia; suprimiram-se todas as algemas do mal. Dissipou-se toda a ignorância; o primitivo reino corrompeu-se, quando Deus se manifestou humanamente para a novidade de uma vida eterna”.
Efrém, o Sírio (306-373)
“O menino que se encontra na manjedoura … aquele que rompeu o jugo que a todos oprimia”. “Fazendo-se Ele mesmo servo para nos chamar à liberdade”.
“Só um anjo anunciou a sua concepção, enquanto que para o seu nascimento uma multidão de anjos O anunciaram”.
Gregório de Nazianzo (329-389)
“Esta é a nossa festa. Isto celebramos hoje: a vinda de Deus ao meio dos homens, para que, também nós cheguemos a Deus… celebremos, pois, a festa: não uma festa popular, mas uma festa de Deus, não como o mundo quer, mas como Deus quer; não celebremos as nossas coisas mas as coisas daquele que é nosso Senhor”.
“Não embelezemos as portas das casas, não organizemos festas, nem adornemos as estradas, não demos banquetes em nosso proveito nem concertos para mero agrado dos ouvidos, não exageremos nos adornos nem nas comidas… e tudo isto enquanto outros padecem fome e necessidades, esses que nasceram do mesmo barro que nós”.
Prudêncio (348-410)
“Com crescente alegria brilhe o céu/ e dê-se parabéns a si a gozosa terra:/ de novo, passo a passo, sobre o astro/ do dia aos seus caminhos anteriores…/ Oh! Santo berço do teu presépio,/ eterno Rei, para sempre sagrado/ para todos os povos e pelos próprios/ animais sem voz reconhecida”.
“Reconheçamos o verdadeiro dia e tornemo-nos dia! Éramos, na verdade, noite quando vivíamos sem a fé em Cristo. E uma vez que a falta de fé envolvia, como uma noite, o mundo inteiro, aumentando a fé a noite veio a diminuir. Por isso, com o dia de Natal de Jesus nosso Senhor a noite começa a diminuir e o dia cresce. Por isso, irmãos, festejemos solenemente este dia; mas não como os pagãos que o festejam por causa do astro solar; mas festejemo-lo por causa daquele que criou este sol. Aquele que é o Verbo feito carne, para poder viver, em nosso benefício, sob este sol: sob este sol com o corpo, porque o seu poder continua a dominar o universo inteiro do qual criou também o sol. Por outro lado, Cristo com o seu corpo está acima deste sol que é adorado, pelos cegos de inteligência, no lugar de Deus que não conseguem ver o verdadeiro sol de justiça”.
Agostinho de Hipona (354-430)
“mesmo sem dizer nada, deu-nos uma lição, como se irrompesse num forte grito: que aprendamos a tornar-nos ricos nele que se fez pobre por nós; que busquemos nele a liberdade, tendo Ele mesmo assumido por nós a condição de servo; que entremos na posse do céu, tendo Ele por nós surgido da terra”.
“Alegremo-nos, irmãos, rejubilem e alegrem-se os povos. Este dia tornou-se para nós santo não devido ao astro solar que vemos, mas devido ao seu Criador invisível, quando se tornou visível para nós, quando o deu à luz a Virgem Mãe”.
“Hoje nasceu para nós o Salvador. Nasceu, portanto, para todo o mundo o verdadeiro sol. Deus Fez-se homem para que o homem se fizesse Deus. Para que o escravo se tornasse senhor, Deus assumiu a condição de servo. Habitou na terra o morador do céu para que o homem, habitante da terra, pudesse encontrar morada nos céus”.
“Ele está deitado numa manjedoura, mas contém o universo inteiro; mama num seio materno, mas é o pão dos anjos; veio em pobres panos, mas reveste-nos de imortalidade; é amamentado, mas é também adorado; não encontrou lugar na estalagem, mas constrói para si um templo no coração dos seus fiéis. Tudo isto para que a fraqueza se tornasse forte e a prepotência se tornasse fraqueza. Por isso, não só não menosprezamos, mas mais admiramos o seu nascimento corporal e reconhecemos neste acontecimento quanto a sua imensa dignidade se humilhou por nós”.
“Aquele que estava deitado na manjedoura fez-se frágil, mas não renunciou à sua condição divina; assumiu aquilo que não era, mas permaneceu aquilo que era. Eis que temos diante de nós Cristo menino: cresçamos juntamente com Ele”.
“Chama-se dia do Natal do Senhor a data em que a Sabedoria de Deus se manifestou como criança e a Palavra de Deus, sem palavras, imitou a voz da carne. A divindade oculta foi anunciada aos pastores pela voz dos anjos e indicada aos magos pelo testemunho do firmamento. Com esta festividade anual celebramos, pois, o dia em que se realizou a profecia: A verdade brotou da terra e a justiça desceu do céu (Sl 84.12).
“Neste dia, o Verbo de Deus revestiu-se de carne e nasceu de Maria virgem. Nasceu de modo admirável... Donde veio Maria? De Adão. Donde veio Adão? Da terra. Se Adão veio da terra e Maria de Adão, também Maria é terra. E se Maria é terra, entendemos quando cantamos: a verdade brotou da terra”.
Leão Magno (461)
“a bondade divina sempre olhou de vários modos e de muitas maneiras pelo bem do gênero humano, e são muitos os dons da sua providência, que na sua clemência concedeu nos séculos passados. Porém, nos últimos tempos superou os limites da sua habitual generosidade, quando, em Cristo, a própria Misericórdia desceu aos pecadores, a própria Verdade veio aos extraviados, e aos mortos veio a Vida. O Verbo, coeterno e igual ao Pai, assumiu a humildade da nossa natureza humana para nos unir à sua divindade, e Deus nascido de Deus, também nasceu de homem fazendo-se homem”.
“Nasceu hoje, irmãos, o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza quando nasce a vida; a qual, destruindo o temor da morte, nos enche com a alegria da eternidade prometida. Ninguém está excluído da participação nesta alegria; a causa desta alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, aquele que destrói o pecado e a morte, não tendo encontrado ninguém isento de pecado, a todos veio libertar. Exulte o santo porque está próxima a vitória; rejubile o pecador, porque é convidado ao perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida… Por isso é que, quando o Senhor nasceu, os anjos cantaram em alegria ‘glória a Deus nas alturas’ e anunciaram ‘paz na terra aos homens...’. Porque veem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo, obra inexprimível do amor divino, que, se dá tanto gozo aos anjos nas alturas do céu, que alegria não deverá dar aos homens cá na terra?”
Máximo de Turim (408)
“Jesus é o novo sol que atravessa as paredes, invade os infernos, perscruta os corações. Ele é o novo sol que com os seus espíritos faz reviver o que está morto, restaura o que está velho, levanta o que está decadente e purifica ainda, com o seu calor, aquilo que é impuro, aquece o que está frio e consome o que o que não presta”.
“Preparemo-nos pois, irmãos, para acolher o Natal do Senhor, adornemo-nos com vestes puras e elegantes! Falo, claro está, das vestes da alma, não do corpo… Adornemo-nos não com seda, mas com obras boas! Pois as vestes elegantes ornam o corpo, mas não podem adornar a consciência; pois seria muito vergonhoso trazer sob elegantes vestes elegantes, uma consciência contaminada. Procuremos acima de tudo embelezar os nossos afetos íntimos, e poderemos então vestir belas roupas; lavemos as manchas da alma para usarmos dignamente roupas elegantes! Não adianta dar nas vistas pelas vestes se estamos sujos em pecados, porque quanto a consciência está escura, todo o corpo fica nas trevas”.
Romano Melode (490-556)
“Terra e céu rejubilem juntamente, diante do Emanuel que os profetas anunciaram, tornado criança visível, que dorme num presépio”. “A alegria acaba de nascer numa gruta. Hoje os coros dos anjos unem-se a todas as nações para celebrar.... Hoje toda a humanidade, desde Adão, dança. Bendito seja Deus, recém-nascido”.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Esquema das leituras do Advento - A,B e C
Ano
A
|
Ano
B
|
Ano
C
|
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1º Domingo do Advento
|
LEITURA I – Is 2, 1-5
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 121 (122)
LEITURA II – Rom 13, 11-14
EVANGELHO – Mt 24, 37-44
|
LEITURA I – Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 79 (80)
LEITURA II – 1 Cor 1,3-9
EVANGELHO – Mc 13,33-37
|
LEITURA I – Jer 33,14-16
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)
LEITURA II – 1 Tes 3,12–4,2
EVANGELHO – Lc 21,25-28.34-36
|
2 º Domingo do Advento
|
LEITURA I – Is 11, 1-10
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 71 (72)
LEITURA II – Rom 15, 4-9
EVANGELHO – Mt 3, 1-12
|
LEITURA I – Is 40,1-5.9-11
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 84 (85)
LEITURA II – 2 Pedro 3,8-14
EVANGELHO – Mc 1,1-8
|
LEITURA I – Bar 5,1-9
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 125 (126)
LEITURA II – Filip 1,4-6.8-11
EVANGELHO – Lc 3,1-6
|
3 º Domingo do Advento
|
LEITURA I – Is 35, 1-6a.10
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 145 (146)
LEITURA II – Tg 5, 7-10
EVANGELHO – Mt 11, 2-11
|
LEITURA I – Is 61,1-2a.10-11
SALMO RESPONSORIAL – Lc 1, 46-48.49-50.53-54
LEITURA II – 1 Tes 5,16-24
EVANGELHO – Jo 1,6-8.19-28
|
LEITURA I – Sof 3,14-18ª
SALMO RESPONSORIAL – Is 12,2-3.4bcd.5-6
LEITURA II – Filip 4,4-7
EVANGELHO – Lc 3,10-18
|
4 º Domingo do Advento
|
LEITURA I – Is 7,10-14
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 23 (24)
LEITURA II – Rom 1,1-7
EVANGELHO - Mt
1,18-24
|
LEITURA I – 2 Sam 7,1-5.8b-12.14a.16
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89)
LEITURA II – Rom 16,25-27
EVANGELHO – Lc 1,26-38
|
LEITURA I – Miq 5,1-4ª
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 79 (80)
LEITURA II – Heb 10,5-10
EVANGELHO – Lc 1,39-47
|
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
terça-feira, 26 de novembro de 2019
terça-feira, 19 de novembro de 2019
terça-feira, 12 de novembro de 2019
terça-feira, 5 de novembro de 2019
terça-feira, 29 de outubro de 2019
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
terça-feira, 15 de outubro de 2019
domingo, 13 de outubro de 2019
terça-feira, 1 de outubro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
terça-feira, 3 de setembro de 2019
terça-feira, 27 de agosto de 2019
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
terça-feira, 13 de agosto de 2019
terça-feira, 6 de agosto de 2019
terça-feira, 30 de julho de 2019
terça-feira, 23 de julho de 2019
segunda-feira, 15 de julho de 2019
terça-feira, 9 de julho de 2019
terça-feira, 2 de julho de 2019
terça-feira, 25 de junho de 2019
terça-feira, 18 de junho de 2019
terça-feira, 11 de junho de 2019
sábado, 8 de junho de 2019
Dia de Pentecostes
A festa de Pentecostes é histórica e está simbolicamente ligado ao
festival judaico da colheita (Shavuot), que comemora a entrega dos Dez
Mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois da saída do Egito.
festival judaico da colheita (Shavuot), que comemora a entrega dos Dez
Mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois da saída do Egito.
Neste dia
litúrgico dos judeus, Deus enviou o Espírito Santo e batizou os apóstolos com
fogo e com a plenitude do Espírito. No dia em que os judeus celebravam as leis
sendo escritas em pedra, Deus escreveu a lei em seus corações pelo Espírito
Santo, assim como havia profetizado por Jeremias (Jr 31.33). Leia também Hb
8.10.
litúrgico dos judeus, Deus enviou o Espírito Santo e batizou os apóstolos com
fogo e com a plenitude do Espírito. No dia em que os judeus celebravam as leis
sendo escritas em pedra, Deus escreveu a lei em seus corações pelo Espírito
Santo, assim como havia profetizado por Jeremias (Jr 31.33). Leia também Hb
8.10.
O Dia de
Pentecostes é considerado o dia da inauguração da Igreja. Jesus funda a igreja
com sua vida, morte e ressurreição e a inaugura no Dia de Pentecostes.
Pentecostes é considerado o dia da inauguração da Igreja. Jesus funda a igreja
com sua vida, morte e ressurreição e a inaugura no Dia de Pentecostes.
Esta
experiência não foi única. Ela se repetiu na vida dos discípulos em vários
momentos: Pedro na casa de Cornélio (At 10.44-46), Felipe em Samaria (Atos
8.14-17), etc. Por isso, devemos sempre buscar um novo Pentecostes em nossa
vida.
experiência não foi única. Ela se repetiu na vida dos discípulos em vários
momentos: Pedro na casa de Cornélio (At 10.44-46), Felipe em Samaria (Atos
8.14-17), etc. Por isso, devemos sempre buscar um novo Pentecostes em nossa
vida.
terça-feira, 28 de maio de 2019
terça-feira, 21 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
terça-feira, 7 de maio de 2019
terça-feira, 23 de abril de 2019
sexta-feira, 19 de abril de 2019
quinta-feira, 11 de abril de 2019
terça-feira, 9 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
terça-feira, 26 de março de 2019
terça-feira, 19 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
sábado, 2 de março de 2019
Culto de Quarta-feira de Cinzas - Anos A,B, C
Culto de Quarta-feira de Cinzas
Início
da Quaresma
BENÇÃO INICIAL
Se sofrimento te
causei, Senhor.
Se
ao meu exemplo, o fraco tropeçou;
Se
em teu caminho, eu não quis andar,
Perdão,
Senhor.
Se
vão e fútil foi o meu falar;
Se
ao meu irmão não demonstrei amor;
Se
ao sofredor não estendi a mão,
Perdão,
Senhor.
Se
indiferente foi o meu viver;
Tranqüilo
e calmo sem lutar por ti;
Devendo
estar bem firme no labor,
Perdão,
Senhor.
Escuta,
oh Deus, a minha oração
E
vem livrar-me de incertezas mil.
Transforma
a minha vida entregue a ti.
Amém,
Senhor! Amém, Senhor!
Oração
Onipotente
e Eterno Deus, que amas tudo quanto criaste, e que perdoas a todos os
penitentes; cria em nós corações novos e contritos, para que, lamentando
deveras os nossos pecados e confessando a nossa miséria, alcancemos de ti, Deus
de suma piedade, perfeita remissão e perdão; por nosso Senhor Jesus Cristo, que
vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.
ANTÍFONA: Salmo 69.16-18
Ouve-me, Senhor, pois boa é a tua misericórdia.
Olha para mim
segundo a tua muitíssima piedade.
E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou
angustiado;
ouve-me depressa.
Aproxima-te da
minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos.
ORAÇÕES
ORAÇÕES
Oremos. Senhor eterno
e onipotente, que perdoastes aos Ninivitas que se arrependeram na cinza e no
cilício, dai-nos, por Sua misericórdia, que os imitemos para alcançar o perdão
dos nossos pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Cinzas: Gênesis 3. 19 - Lembra-te, ó
homem, que és pó, e que em pó te hás de tornar. (Silêncio orante).
ANTÍFONAS Joel 2.
13, 17;
Mudemos
de vestido e cubramo-nos de cinza e de cilício:
jejuemos e choremos diante do
Senhor, porque é cheio de misericórdia para nos perdoar os pecados.
Entre
o vestíbulo e o altar chorarão os sacerdotes, ministros do Senhor, e dirão: Perdoai, Senhor, perdoai ao seu povo e não
feches a boca dos que cantam os seus louvores.
RESPONSÓRIO |
Salmo 78. 8,9
Não te lembres das nossas iniquidades passadas;
venham ao nosso
encontro depressa as tuas misericórdias, pois já estamos muito abatidos.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome;
e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
ORAÇÃO
Senhor, tenha compaixão
de todos, e nada do que criaste te desagrada. Retire nossos pecados e nos
perdoa: porque o Senhor é o nosso Deus. Tenha compaixão de mim, Senhor,
tenha compaixão de mim, porque a minha alma confia no Senhor. Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Fazei, Senhor, que
os cristãos entrem com a conveniente piedade neste jejum, e o levem ao fim com adoração
sincera. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Leitura extraída do
profeta Joel 2. 12-19
É isto o que diz o
Senhor: Voltai-vos para Mim, de todo o vosso coração, com jejuns, com lágrimas
e gemidos. Rasgai os vossos corações e não os vossos vestidos, e convertei-vos
ao Senhor vosso Deus, porque Ele é benigno e compassivo, paciente e de muita
misericórdia, e inclinado a suspender o castigo. Quem sabe se Ele quererá
voltar-se para vós e perdoar-vos, e deixar após si alguma benção, algum
sacrifício e libação para o Senhor vosso Deus? Tocai a trombeta em Sião,
ordenai um jejum sagrado, convocai uma assembleia, fazei vir todo o povo,
adverti a todos que se purifiquem, juntai os velhos, reuni os pequeninos e os
meninos de peito; que o esposo deixe o seu quarto, e a esposa a sua alcova. Chorem
os sacerdotes, ministros do Senhor, postos entre o vestíbulo e o altar, e
digam: Perdoai Senhor, perdoai ao vosso povo, e não deixeis que na ignomínia se
avilte a vossa herança, de sorte que as nações a dominem; porque os povos
diriam: Onde está o Deus deles? O Senhor vibrou com amor ardente pela sua
terra, e perdoou ao seu povo. E o Senhor falou, dizendo ao seu povo: Eis que
vou enviar-vos trigo, e vinho e azeite, e ficareis abastecidos destes gêneros;
e não vos entregarei mais ao insulto das nações, diz o Senhor onipotente.
Oração: Salmo 57.1-3
Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim,
porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que
passem as calamidades. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim
tudo executa.
Ele enviará desde os céus, e me salvará do desprezo daquele que procurava devorar-me. (Selá.) Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.
Oração: Salmos 103. 10; 79. 8-9
Ele enviará desde os céus, e me salvará do desprezo daquele que procurava devorar-me. (Selá.) Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.
Oração: Salmos 103. 10; 79. 8-9
O
Senhor não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as
nossas iniquidades. Não te lembres das nossas iniquidades passadas;
venham ao nosso encontro depressa as tuas misericórdias, pois já estamos muito
abatidos. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome;
e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.
EVANGELHO segundo Mateus 6. 16-21
Naquele tempo: Disse
Jesus aos seus discípulos: quando jejuais, não queirais fazer-vos tristes, como
os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para mostrar aos homens
que jejuam. Na verdade vos digo que (já) receberam a sua recompensa. Quanto a
ti, porém, quando jejuas, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto, afim de que
não pareça aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está presente no mais
recôndito: e teu Pai, que vê o mais recôndito, te dará a recompensa. Não
queirais entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os
consomem, e onde os ladrões os desenterram e roubam; ao contrário, entesourai
para vós tesouros no Céu, onde nem a ferrugem, nem a traça os consome, e onde
os ladrões os não desenterram nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, aí
está o teu coração.
Sermão:
Louvor Salmo 30. 2-3
Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. Senhor,
fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não
descesse ao abismo.
CONVITE A COMUNHÃO: Salmo 1. 1-3
CONVITE A COMUNHÃO: Salmo 1. 1-3
Bem-aventurado
o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu
prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois
será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no
seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
ORAÇÃO DE
CONSAGRAÇÃO da Ceia do Senhor
Hino: Senhor,
Eu Preciso de Ti (HE 92)
Eu creio,
Senhor, na divina promessa,
Vitórias já tive nas lutas aqui,
Contudo, é mui certo que a gente tropeça:
Por isso, Senhor, eu preciso de ti.
A luz que me guia no escuro caminho,
Fulgura de cima, do Sol criador.
Contudo, não posso segui-lo sozinho:
Por isso eu preciso de ti, meu Senhor.
Esforços da terra, precário destino,
Empenho dos homens, riqueza, o que for,
Não valem a bênção do reino divino:
Por isso eu preciso de ti, meu Senhor.
Vitórias já tive nas lutas aqui,
Contudo, é mui certo que a gente tropeça:
Por isso, Senhor, eu preciso de ti.
A luz que me guia no escuro caminho,
Fulgura de cima, do Sol criador.
Contudo, não posso segui-lo sozinho:
Por isso eu preciso de ti, meu Senhor.
Esforços da terra, precário destino,
Empenho dos homens, riqueza, o que for,
Não valem a bênção do reino divino:
Por isso eu preciso de ti, meu Senhor.
ORAÇÃO Após a Comunhão
Oremos.
Curvai as vossas cabeças diante de Deus. Olhai, Senhor, com bondade, para aqueles
que se humilham na sua presença, e fazei que, reanimados com estes dons
divinos, se alimentem sempre com o socorro celeste. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo. Amém.
Quaresma com os Pais da Igreja
Quaresma com o Senhor
Solene Oração com os
Pais da Igreja pelo Início da Quaresma
Texto organizado pela OESI
Introdução:
E nós, meus irmãos, nós que recebemos do Invencível Combatente as sagradas
práticas da Quaresma, saibamos repelir os desejos da carne e mortificar o corpo
com jejuns, a fim de que cresçam as virtudes na nossa alma. Jejum das funestas
paixões e prazeres, jejum de toda a injustiça, jejum do odioso espírito de
rivalidade. Renunciemos, meus irmãos, aos festins, mas renunciemos mais ainda
aos nossos vícios. Saibamos escolher a temperança. Abster-nos do vinho, a fim
de que saibamos resistir à embriaguez dos prazeres. De que nos servirá, com
efeito, jejuar durante quarenta dias se não respeitarmos a lei do jejum? De que
nos serve fugir aos banquetes, se ocuparmos em discórdias os nossos dias? De
que nos serve não comer o pão que nos cabe, se tirarmos a comida da boca do
pobre? O jejum para o cristão que escolhe as privações deve ser alimento
espiritual. O jejum para o cristão deve preparar a paz e não as lutas. De que
te serve não comer carne, se da tua boca se soltam injúrias piores que qualquer
alimento? De que te serve santificar o estômago com jejuns, se as mentiras te
mancham a boca? Em verdade te digo, meu irmão, que não tens o direito de entrar
na Igreja se continuas enredado e envolvido nas malhas mortais da usura voraz,
que não tens o direito de invocar o teu Senhor se as tuas orações vêm do teu
coração invejoso; que não tens o direito de bater no peito se nele se escondem
os teus maus desejos. A moeda que deres ao pobre só será justa, quando fores
pobre também. Eis, irmãos muito amados, a verdadeira fome religiosa, eis o
alimento das almas tementes a Deus. As almas que santificaram o jejum pela
castidade, que o tornaram alegre pela caridade, que o aformosearam pela
paciência, que o acalentaram pela bondade, que lhe deram o seu justo preço pela
humildade. Meus irmãos, vivamos a Quaresma de Cristo com todas as nossas forças
e, pela prática daquelas virtudes, façamos que seja nossa, pelos dois gêmeos
jejuns do corpo e do espírito, a graça divina. Amém (Máximo de Turim (380-465) – As práticas Quaresmais).
Adoração:
Nós, os novos
batizados, os filhos do batistério que acabamos de receber a luz, damos-Te
graças, Cristo Deus. Tu iluminaste-nos com a luz do Teu rosto, Tu
revestiste-nos com a veste que convém às Tuas núpcias (Sl 4, 7; Mt 22, 11).
Glória a Ti, glória a Ti, porque tal foi do Teu agrado. Quem dirá, quem mostrará ao primeiro homem
criado, Adão, a beleza, o brilho, a dignidade dos seus filhos? Quem contará
também à infeliz Eva que os seus descendentes se tornaram reis, revestidos de
uma veste de glória, e que com grande glória glorificam Aquele que os
glorificou, brilhantes de corpo, de espírito e de veste? […] E quem os exaltou?
Foi, evidentemente, a sua Ressurreição. Glória a Ti, glória a Ti, porque tal
foi do Teu agrado. […] Tu és brilhante e radioso, Adão. […] Ao ver-te, o teu
adversário definha e exclama: Quem é este que vejo? Não sei. O pó foi renovado
(Gn 2, 7), as cinzas foram divinizadas. O pobre doente foi convidado, foi
refrescado, entrou e sentou-se à mesa, foi conduzido ao banquete e tem a
audácia de comer e o desplante de beber Aquele que o criou. E quem Lho deu?
Foi, evidentemente, a sua Ressurreição. Glória a Ti, glória a Ti, porque tal
foi do Teu agrado. Esqueceu as suas culpas antigas, não ostenta a menor
cicatriz dos primeiros ferimentos. Abandonou os seus longos anos de paralisia
na piscina, como tinha feito o paralítico, e deixou de trazer o leito aos
ombros, mas traz às costas a cruz Daquele que teve piedade dele […]. Outrora, o
Amigos dos homens lavou muitos homens nas águas, mas eles não brilharam assim;
àqueles, porém, a Ressurreição tornou-os luminosos. Glória a Ti, glória a Ti,
porque tal foi do Teu agrado. […]. Eis-te recriado, novo batizado, eis-te
renovado; não curves as costas ao peso dos pecados. Possuis a cruz como cajado,
apóia-te nela. Leva-a à tua oração, leva-a para a mesa, leva-a para o leito,
leva-a para todo o lado como título de glória. […] Grita aos demônios: Com a
cruz na mão, ergo-me, louvando a Ressurreição. Glória a Ti, glória a Ti, porque
tal foi do Teu agrado (Romano, o Melodista (490-556) – A Quaresma é o
caminho da renovação).
Confissão:
Meu
Deus, na Tua compaixão
derrama sobre mim o olhar do Teu amor
E recebe a minha ardente confissão.
derrama sobre mim o olhar do Teu amor
E recebe a minha ardente confissão.
Pequei
mais do que todos os homens,
pequei só contra Ti, Senhor;
faz-me participar da Tua misericórdia,
meu Salvador, porque me criaste. […]
Meu Redentor, manchei a Tua imagem e semelhança (Gn 1, 26), […]
desfiz em farrapos o vestuário de perfeição
que o próprio Criador fabricou para mim e estou nu;
em seu lugar quis usar uma farpela rasgada,
obra da serpente que me seduziu (Gn 3, 1-5). […]
Fiquei fascinado com a beleza
da árvore que traiu a minha inteligência:
agora estou nu e coberto de vergonha. […]
pequei só contra Ti, Senhor;
faz-me participar da Tua misericórdia,
meu Salvador, porque me criaste. […]
Meu Redentor, manchei a Tua imagem e semelhança (Gn 1, 26), […]
desfiz em farrapos o vestuário de perfeição
que o próprio Criador fabricou para mim e estou nu;
em seu lugar quis usar uma farpela rasgada,
obra da serpente que me seduziu (Gn 3, 1-5). […]
Fiquei fascinado com a beleza
da árvore que traiu a minha inteligência:
agora estou nu e coberto de vergonha. […]
O
pecado me revestiu de túnicas de pele (Gn 3, 21),
agora que fui despojado
das vestes tecidas pelo próprio Deus. […]
E, como a prostituta, grito:
pequei contra Ti, só contra Ti.
Ó Salvador, acolhe as minhas lágrimas,
como aceitaste o perfume da pecadora (Lc 7, 36 ss.)
agora que fui despojado
das vestes tecidas pelo próprio Deus. […]
E, como a prostituta, grito:
pequei contra Ti, só contra Ti.
Ó Salvador, acolhe as minhas lágrimas,
como aceitaste o perfume da pecadora (Lc 7, 36 ss.)
E,
como o publicano, grito:
tem piedade de mim, ó Salvador.
Perdoa-me, porque de toda a descendência de Adão
ninguém pecou como eu. […]
Prostrado como Davi,
estou coberto de lama;
Mas assim como ele se lavou nas próprias lágrimas,
lava-me Tu também, Senhor!
tem piedade de mim, ó Salvador.
Perdoa-me, porque de toda a descendência de Adão
ninguém pecou como eu. […]
Prostrado como Davi,
estou coberto de lama;
Mas assim como ele se lavou nas próprias lágrimas,
lava-me Tu também, Senhor!
Ouve
os gemidos da minha alma
e os suspiros do meu coração;
acolhe as minhas lágrimas
e salva-me, meu Redentor.
e os suspiros do meu coração;
acolhe as minhas lágrimas
e salva-me, meu Redentor.
Porque
Tu amas os homens
e queres que todos se salvem.
Faz-me voltar à Tua bondade
e nela me recebe,
porque estou arrependido (André de Creta – (650-740), monge e bispo - Grande Cânon da Liturgia Bizantina da Quaresma).
e queres que todos se salvem.
Faz-me voltar à Tua bondade
e nela me recebe,
porque estou arrependido (André de Creta – (650-740), monge e bispo - Grande Cânon da Liturgia Bizantina da Quaresma).
Louvor:
Naamã era sírio
e estava leproso, sem que ninguém o pudesse curar. Então, uma jovem prisioneira
disse-lhe que havia em Israel um profeta que podia curá-lo da lepra. […] Já é
tempo de descobrires quem era aquela jovem prisioneira. Era a figura da assembleia
mais nova de entre as nações, isto é, da Igreja do Senhor. Antes, quando não
possuía ainda a liberdade da graça, fora humilhada pelo cativeiro do pecado.
Mas, a seu conselho, este povo que não era ainda um povo escutou a palavra dos
profetas, da qual duvidara durante muito tempo. Em seguida, quando acreditou
que devia segui-la, o povo foi purificado de todo o contágio do pecado. Naamã
duvidara antes de ser curado; mas tu já foste curado e por isso não deves
duvidar. Já antes te foi dito que não devias acreditar apenas no que vês ao
aproximares-te do batistério, para que digas: «É este o «grande mistério que
nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem jamais passou pelo pensamento
do homem» (1Cor 2, 9)? Eu vejo as águas que via todos os dias. Vão purificar-me
estas águas a que tantas vezes desci sem nunca ter sido purificado?» Deves
reconhecer que a água não purifica sem o Espírito. Por isso, leste que no
batismo as três testemunhas são uma só: a água, o sangue e o Espírito (1Jo 5,
7-8); porque, se prescindires de uma delas, já não há sacramento do batismo.
Que é a água sem a cruz de Cristo? É um elemento comum, sem nenhuma eficácia
sacramental. Mas também é verdade que sem a água não há mistério da
regeneração: «quem não renascer da água e do Espírito não entrará no reino de
Deus» (Jo 3, 5). Também o catecúmeno acredita na cruz do Senhor Jesus, com a
qual é assinalado; mas, se não for batizado em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, não pode receber o perdão dos pecados nem obter o dom da graça
espiritual. Por isso o sírio Naamã mergulhou sete vezes, segundo a Lei; tu,
porém, foste batizado em nome da Trindade. […] Proclamaste a tua fé no Pai e no
Filho e no Espírito Santo. […] Morreste para o mundo, ressuscitaste para Deus
e, de certo modo sepultado naquele elemento do mundo, morto para o pecado,
ressuscitaste para a vida eterna (Rm 6, 4). (Ambrósio de Milão (340-397),
bispo de Milão – A Quaresma é um caminho para o Batismo).
Oração de Preparação para a
Leitura Bíblica:
Kyrios
Senhor e Mestre da minha vida,
não me abandones ao espírito de preguiça, de desencorajamento
de dominação e de vã tagarelice.
não me abandones ao espírito de preguiça, de desencorajamento
de dominação e de vã tagarelice.
Concede-me a graça de um espírito de castidade, de
humildade,
de paciência e de caridade, a mim, Teu servo.
de paciência e de caridade, a mim, Teu servo.
Sim, meu Senhor e meu Rei, que eu veja as minhas
faltas
e não condene o meu irmão.
Tu, que és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
e não condene o meu irmão.
Tu, que és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó Deus, tem piedade de mim, pecador.
Ó Deus, purifica-me que sou pecador.
Ó Deus, meu Criador, salva-me.
Perdoa-me os meus numerosos pecados!
Ó Deus, purifica-me que sou pecador.
Ó Deus, meu Criador, salva-me.
Perdoa-me os meus numerosos pecados!
Bendito
Aquele que vem, o nosso Rei»
(Efrém,
o Sírio – (306-373).
Edificação:
Leitura Bíblica:
Mateus 6.1-18
O dia de hoje,
meus bem-amados, é da maior importância. É um dia que nos solicita um grande
desejo, uma pressa imensa, um alento vivo, para nos conduzir ao encontro do Rei
dos Céus. Paulo, o mensageiro da Boa Nova, dizia-nos: «O Senhor está perto. Não
vos inquieteis» (Fil 4, 5-6). […] Acendamos, pois, as lamparinas da fé; à
semelhança das cinco virgens sensatas (Mt 25, 1ss.), enchamo-las do óleo da
misericórdia para com os pobres; acolhamos a Cristo bem despertos, e
cantemos-Lhe com as palmas da justiça na mão. Beijemo-Lo, derramando sobre Ele
o perfume de Maria (Jo 12, 3). Ouçamos o cântico da ressurreição: que as nossas
vozes se elevem, dignas da majestade divina, e brademos com o povo, soltando
esse grito que se escapa das bocas da multidão: «Hosana nas alturas! Bendito
seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». É razoável chamar-Lhe
«Aquele que vem», porque Ele vem sem cessar, porque Ele nunca nos falta: «O
Senhor está próximo de quantos O invocam em verdade» (Sl 144, 18). «Bendito
seja Aquele que vem em nome do Senhor». O Rei manso e pacífico está à nossa
porta. Aquele que tem o trono nos céus, acima dos querubins, senta-Se, cá em
baixo, sobre uma burrinha. Preparemos a casa da nossa alma, limpemos as teias
de aranha que são os mal-entendidos fraternos, que não haja em nós a poeira da
maledicência. Difundamos às mãos-cheias a água do amor, e apaziguemos todas as
feridas criadas pela animosidade; semeemos o vestíbulo dos nossos lábios com as
flores da piedade. E soltemos então, na companhia do povo, esse grito que brota
dos lábios da multidão: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei
de Israel». (Proclo de Constantinopla (390-446), bispo – A Quaresma prepara
para o Dia de Ramos).
Dedicação:
Depois deste
tempo consagrado à observância do jejum, a alma chega, purificada e esgotada,
ao batismo. Recobra então as forças mergulhando nas águas do Espírito; tudo o
que tinha sido queimado pelas chamas das doenças renasce do orvalho da graça do
céu. Abandonando a corrupção do homem velho, o neófito adquire uma nova
juventude […]. Através de um novo nascimento, renasce outro homem, sendo embora
o mesmo que tinha pecado. Por meio de um jejum ininterrupto de quarenta dias e
quarenta noites, Elias mereceu pôr fim, graças à água que veio do céu, a uma
seca longa e penosa na terra inteira (1Rs 19, 8; 18, 41). Extinguiu a sede
ardente do solo trazendo-lhe uma chuva abundante. Estes fatos produziram-se
para nos servir de exemplo, para merecermos, após um jejum de quarenta dias, a
chuva bendita do batismo, para que a água que vem do céu regue toda a terra,
desde há muito tempo árida, dos nossos irmãos do mundo inteiro. O batismo, como
uma rega de salvação, porá fim à longa esterilidade do mundo pagão. É, com efeito,
de seca e de aridez espiritual que sofre todo aquele que não foi banhado pela
graça do batismo. Através de um jejum do mesmo número de dias e noites, o santo
Moisés mereceu falar com Deus, ficar, permanecer com Ele, receber das Suas mãos
os preceitos da Lei (Ex 24, 18). […] Também nós, irmãos muito queridos,
jejuamos com fervor durante todo este período, para que […] também para nós se
abram os céus e se fechem os infernos (Máximo de Turim (380-465), bispo
Sermão 28 – Importância do Jejum na Quaresma).
Sermão 28 – Importância do Jejum na Quaresma).
Bênção Final:
Aproximaste-te,
viste a pia batismal e viste também o bispo perto da pia. E sem dúvida surgiu
na tua alma o mesmo pensamento que se insinuou na de Naaman, o sírio. Pois,
embora tenha sido purificado, inicialmente ele duvidara. […] Temo que alguém
tenha dito: «É apenas isto?» Sim, realmente é apenas isto: ali encontra-se toda
a inocência, toda a piedade, toda a graça, toda a santidade. Viste o que
conseguiste ver com os olhos do corpo […]; aquilo que não se vê é muito maior
[…], porque aquilo que não se vê é eterno […]. Que haverá de mais surpreendente
do que a travessia do Mar Vermelho pelos israelitas, para não falarmos agora
apenas do batismo? E, no entanto, todos os que o atravessaram morreram no
deserto. Pelo contrário, aquele que atravessa a pia batismal, isto é, aquele
que passa dos bens terrestres para os do céu […], não morre, mas ressuscita. Naaman
era leproso. […] Ao vê-lo chegar, o profeta disse-lhe: «Vai, entra no Jordão,
banha-te e ficarás curado.» Ele pôs-se a refletir em si mesmo e disse para
consigo: «É apenas isto? Vim da Síria à Judeia e disseram-me: vai até ao
Jordão, banha-te e ficarás curado. Como se não houvesse rios melhores no meu
país!» Os servos diziam-lhe: «Senhor, por que não fazes o que diz o profeta?
Fá-lo, experimenta.» Então ele foi até ao Jordão, banhou-se e ficou curado. Que
significa isto? Viste a água, mas nem toda a água cura; mas a água que contém
em si a graça de Cristo cura. Há uma diferença entre o elemento e a
santificação, entre o ato e a eficácia. O ato realiza-se com água, mas a
eficácia vem do Espírito Santo. A água não cura se o Espírito Santo não tiver
descido e consagrado aquela água. Leste que quando nosso Senhor Jesus Cristo
instituiu o rito do batismo, veio ter com João e este disse-Lhe: «Eu é que
tenho necessidade de ser batizado por Ti. E Tu vens até mim?» (Mt 3,14). […]
Cristo desceu; João, que batizava, estava a Seu lado; e eis que, como uma
pomba, o Espírito Santo desceu. […] Por que desceu Cristo primeiro e em seguida
o Espírito Santo? Por que razão? Para que o Senhor não parecesse ter
necessidade do sacramento da santificação: é Ele que santifica; e é também o
Espírito que santifica (Ambrósio de Milão (340-397), Bispo de Milão –
Quaresma para o Santo Batismo).
“A honra do jejum consiste
não na abstinência da comida, mas em evitar as ações pecaminosas; quem limita o
seu jejum apenas à abstinência de carnes o desonra. Praticas o jejum? Prova-me
por tuas obras! Perguntas que tipo de obras? Se vires um inimigo, reconcilia-te
com ele! Se vires um amigo tendo sucesso, não o inveje! Se vires uma mulher
bonita, passe sem olhar! Que não apenas a boca jejue, mas também os olhos, e os
ouvidos, e os pés, e as mãos, e todos os membros de nossos corpos. Que as mãos
jejuem sendo puras da avareza e da rapina. Que os pés jejuem, deixando de
caminhar para espetáculos imorais. Que os olhos jejuem, não se detendo sobre feições
belas, ou se ocupando de belezas exóticas. Pois o que é visto é a comida dos
olhos, mas se o que for visto for imoral ou proibido, macula-se o jejum e
perturba toda a segurança da alma; mas se for moral e seguro, o que é visto
adorna o jejum. Pois seria absurdo abster-se da comida permitida por causa do
jejum, mas devem os olhos absterem-se até de tocar o que é proibido. Não comes
carne? Então não se alimente de luxúria através dos olhos. Que também os
ouvidos jejuem. O jejum dos ouvidos consiste em recusar-se a ouvir assuntos
perversos e calúnias. ‘Não receberás notícias falsas’, já foi dito. Que a boca
também jejue de falar coisas vergonhosas e de ficar reclamando. Pois que ganhas
se te absténs de pássaros e peixes, e mesmo assim mordes e devoras teu próximo?
O que tem fala maligna come a carne de seu irmão, e morde o corpo de seu
próximo.” (João
Crisóstomo (347-407). Orientação
sobre o verdadeiro Jejum Quaresmal).
Autores dos
textos
Romano, o Melodista (490-556)
Nascido por volta de 490 em Emesa (hoje, Homs), na Síria foi um teólogo, poeta e compositor,
"pertence à grande plêiade de teólogos que transformaram a teologia em
poesia", nas palavras do Papa
Bento XVI. Sendo uma figura pouco conhecida, Romano permanece na história como
um dos mais representativos autores de hinos litúrgicos. Romano não adotou o
solene grego bizantino da corte, mas um grego simples,
próximo à linguagem do povo. Vivendo em Constantinopla por volta do final do reinado de Anastácio I Dicoro (518), teria tido uma visão da Virgem Maria. Maria o teria obrigado a
engolir uma folha enrolada, o que teria lhe dado o dom da poesia [3] . Considerado santo por várias
tradições cristãs, bem como padroeiro do canto
ortodoxo, segundo algumas fontes teria morrido por volta de 560.
Máximo de
Turim (380-465)
Foi um
bispo e escritor de teologia e é considerado santo e mártir. É o
primeiro bispo que se tem memória em Turim, considerado o fundador da
sua diocese, erigida pela iniciativa de santo Ambrósio e
de santo Eusébio de Vercelli, de quem o próprio São Máximo se declarava
discípulo[1] . Foi sucedido por São Vítor de Turim. Seu
nome consta do martirológio romano no dia 25 de junho e a cidade
de Turim o considera seu santo padroeiro. Do seu grande empenho
apostólico dão testemunho os numerosos sermões e homilias, escritos com estilo
claro e persuasivo. Num deles ele exorta com firmeza seus fiéis, amedrontados
pela aproximação do exército dos bárbaros a empunhar as armas do “jejum,
daoração e da misericórdia” e aos medrosos que se apressavam a
fugir da cidade diz: “É injusto e ímpio o filho que abandona a mãe
no perigo. A Pátria é sempre uma doce mãe" .
Uma hagiografia sua, pouco confiável, foi escrita depois
do século XI. Ela afirma que um clérigo um dia seguiu São Máximo com más
intenções até uma capela afastada onde ele gostava de se retirar para rezar. O
clérigo subitamente ficou com tanta sede que pediu ajuda a Máximo. Uma corça
apareceu e o santo a fez parar para que o clérigo pudesse tomar de seu leite.
Esta lenda explica o fato de o santo, por vezes, ser representado na arte
apontando para uma corça.
André de
Creta (650-740)
Também
conhecido como André de Jerusalém, foi
um bispo, teólogo, homilista e hinógrafo. Nascido
em Damasco de pais cristãos, André ficou mudo do nascimento até os
sete anos, quando, de acordo com o seu hagiógrafo, ele foi milagrosamente
curado após ter recebido a Eucaristia. Ele começou a sua carreira
eclesiástica com quatorze anos na Lavra de Mar Saba, perto de
Jerusalém, onde ele rapidamente se fez notar pelos seus superiores. Teodoro,
o locum tenens do Patriarca Ortodoxo de Jerusalém o
fez arquidiácono e o enviou para a capital
imperial Constantinopla como seu representante oficial no Sexto
Concílio Ecumênico (680 - 681), que fora convocado pelo imperador
bizantino Constantino Pogonatos para conter
a heresia do monotelismo. Logo após o concílio, ele foi
chamado de volta de Jerusalém para Constantinopla e foi apontado como
arquidiácono da grande Igreja de Santa Sofia. Eventualmente, ele foi
ascendeu à posição de metropolita de Gortina, em Creta.
Ainda que ele fosse um adversário do monotelismo, ele compareceu
ao sínodo de 712, no qual os decretos do concílio ecumênico foi
abolidos. Mas no ano seguinte ele se arrependeu e retornou à ortodoxia.
Dali em diante ele se ocupou em pregar compondo hinos e seus discursos são
conhecidos pela escolha das frases, digna e harmoniosa, e ele é reconhecido por
isso como um dos principais oradores da época bizantina.
Historiadores eclesiásticos não
compartilham de uma mesma opinião sobre a data de sua morte. O que se sabe é
que ele morreu na ilha de Mitilene enquanto retornava para Creta a
partir de Constantinopla, onde ele estava para resolver assuntos da Igreja.
Suasrelíquias foram posteriormente transladadas para Constantinopla, pois,
em 1350, elas foram vistas pelo peregrino russo Estevão de
Novgorod no Mosteiro de Santo André de Creta
(atual Mesquita Koca Mustafa Paşa), na capital imperial.
Efrém,
o Sírio (306-373).
Foi
um prolífico compositor de hinos e teólogo do século
IV, venerado por cristãos do
mundo inteiro, especialmente pela Igreja
Ortodoxa Síria, como um santo.
Nascido em Nísibis, foi discípulo
de Tiago de Nísibis na famosa escola da cidade. Escapando do avanço
do exército sassânida, fugiu para Edessa onde lecionou por muitos anos. Autor
de uma grande variedade de hinos, poemas e sermões de exegese
bíblica, em verso e em prosa. Suas obras são exemplos de uma teologia prática
voltadas para defesa da igreja em tempos turbulentos e tornaram-se tão
populares que, por séculos após a sua morte, autores cristãos escreveram
centenas de trabalhos pseudepígrafes em seu nome. Efrém tem sido
considerado o mais importante de todos os padres
da Igreja na tradição siríaca da
igreja.
Proclo de
Constantinopla (390-446),
Foi
um arcebispo de Constantinopla. Foi responsável pela conversão
do tio de Melânia, a Jovem, Volusiano. Amigo e discípulo de João
Crisóstomo, ele se tornou um secretário do arcebispo, Ático (406-425),
que também o ordenou diácono e padre. O sucessor de
Ático, Sisínio I (426-427), o consagrou bispo da cidade
de Cízico, porém seus habitantes se recusaram a aceitá-lo como seu bispo e
ele permaneceu na capital imperial. Com a morte de
Sisínio, Nestório o sucedeu como arcebispo de Constantinopla
(428-431). No início de 429, num festival em homenagem
à Teótoco (Virgem Maria), Proclo fez o seu celebrado
sermão sobre a encarnação de Jesus, que posteriormente foi inserido
no começo dos atos do concílio de Éfeso. Quando o
arcebispo Maximiano (431-434) morreu na quinta-feira santa,
Proclo foi imediatamente conduzido ao trono com a permissão
do imperador Teodósio II e dos bispos reunidos em Constantinopla.
Sua primeira preocupação foi o funeral de seu antecessor. Em seguida, ele
enviou aos seus pares, o Patriarca de Alexandria Cirilo e
o Patriarca de Antioquia João, as costumeiras
cartas sinódicas anunciando sua ascensão, que foi aprovada por ambos.
Em 436, os bispos da Armênia o consultaram sobre uma certa doutrina
existente em seu país e a atribuíram a Teodoro de Mopsuéstia, pedindo que
ele a condenasse. Proclo respondeu no ano seguinte, na celebrada carta
conhecida como "Tomo de Proclo", que ele enviou para os bispos do
oriente pedindo que eles a assinassem e que se juntassem a ele na condenação da
doutrina levantada pelos armênios. Eles aprovaram as cartas, mas, por admiração
a Teodoro, hesitaram em condenar as doutrinas atribuídas a ele. Proclo respondeu que ainda que ele desejasse
que os trechos anexados ao seu Tomo fossem condenados, ele não os tinha
atribuído a Teodoro ou a nenhum outro indivíduo, não desejando assim condenar
ninguém pessoalmente. Uma ordem imperial conseguida por Proclo, declarando seu
desejo de que todos deveriam viver em paz e que nenhuma acusação deveria ser
feita contra ninguém que tenha morrido em comunhão com a igreja apaziguou os
ânimos. O caso como um todo serviu para demonstrar a moderação e o tato de
Proclo. Em 438, ele transferiu as relíquias de seu antigo mestre, João
Crisóstomo, de Comana Pôntica para Constantinopla, onde ele as
enterrou com grandes honras na Igreja dos Doze Apóstolos. Este ato
reconciliou a igreja com os seguidores de João, que tinham se separado quando
ele foi injustamente deposto de seu patriarcado. Em 439, a pedido de
uma missão diplomática de Cesareia, na Capadócia, ele
selecionou como seu novo bispo, Talássio, que estava prestes a ser nomeado
como prefeito pretoriano do Oriente. Neste período Constantinopla foi
varrida por inúmeros terremotos que ocorreram em um período de quatro meses o
que obrigou a população viver temporariamente nos campos próximos. Proclo
morreu provavelmente em julho de 446.
Ambrósio de Milão (340-397).
(Aurélio Ambrósio) Foi um arcebispo de Mediolano (moderna Milão) que se tornou um dos mais
influentes membros do clero no século IV. Ele era prefeito consular da Ligúria
e Emília, cuja capital era Mediolano,
antes de tornar-se bispo da cidade por aclamação popular em
374. Ambrósio era um fervoroso adversário do arianismo.
Tradicionalmente atribui-se a Ambrósio a promoção do canto antifonal, um estilo no qual um
lado do coro responde de forma alternada ao canto do outro, e também a
composição do Veni redemptor
gentium, um hino natalino. Ambrósio é um dos quatro doutores da Igreja originais e é notável por sua
influência sobre o pensamento de Santo
Agostinho.
Foi um arcebispo de
Constantinopla e um dos mais
importantes patronos do cristianismo
primitivo. Ele é conhecido por
suas poderosas homilias e por sua
habilidade oratória, por sua denúncia dos abusos cometidos por líderes políticos
e eclesiásticos de sua época, por sua "Divina
Liturgia" e por suas
práticas ascetas. O nome Crisóstomo
significa "da boca de ouro" em língua grega e lhe foi dado
por conta de sua lendária eloquência.
O título apareceu pela primeira vez na "Constituição" do papa Vigílio em 553. É considerado
o maior pregador cristão da história.
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